Destaque por defender duas penalidades na semifinal contra a Argentina, Fábio diz que atuações nem sempre são valorizadas: ‘Pensam que é moleza’
Pode parecer estranho, mas um atleta sem deficiência foi o responsável por uma das vitórias mais emocionantes do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Londres. Goleiro do futebol de 5, Fábio diz que é apenas “mais um” e que “o esporte é dos cegos”. Entretanto, no duelo contra a Argentina, pelas semifinais, os flashes se voltaram para ele. Como se não bastasse a defesa sensacional em chute de Silvio Velo, que manteve o 0 a 0 nos 50 minutos de bola rolando, o paraibano parou duas cobranças dos “hermanos” e garantiu o 1 a 0 nos pênaltis. Mérito indiscutível, mas o camisa 1 admite ainda ser tratado com certo desdém.
Fábio defendeu dois pênaltis e garantiu o Brasil na final do futebol de 5
Bicampeão paralímpico, Fábio defende a seleção de futebol de 5 há 10
anos, quando deixou o futsal. Amigo de Hulk, Marcelinho Paraíba e Fábio Bilica,
todos conterrâneos de Campina Grande, o goleiro revelou que muitas pessoas
ainda apontam sua profissão como fácil, uma vez que os adversários não podem
enxergar.
- Ainda há aquele mito: “Ah, é o goleiro dos ceguinhos, agarrar com cegos é fácil”. Infelizmente, ainda tem isso. Pensam que é moleza, mas a responsabilidade é grande. Ainda mais nas Paralimpíadas. Vestir a camisa verde e amarela não é fácil. Eu fico feliz por ajudar. Sou apenas mais um aqui, o esporte é dos cegos. Tento me manter preparado sempre e pude contribuir.
Bicampeão
paralímpico, Fábio defende a seleção de futebol de 5 há 10 anos, quando deixou
o futsal. Amigo de Hulk, Marcelinho Paraíba e Fábio Bilica, todos conterrâneos
de Campina Grande, o goleiro revelou que muitas pessoas ainda apontam sua
profissão como fácil, uma vez que os adversários não podem enxergar
- Tenho que sempre esperar o jogador
chutar. Não tem como tentar observar o corpo ou o pé. Não dá para ler a batida.
Ele pode virar o pé para um lado e a bola ir para o outro. Então, eu espero. O
pênalti mal batido eu pego, o resto é mérito deles.
Ricardinho: ‘Estamos
passando por muitas dificuldades’
Graças as defesas de Fábio nas cobranças
de Sacayan e Padilla, o Brasil encara a França na disputa pelo ouro neste
sábado, às 11h45m (de Brasília). Campeão nas duas únicas edições em que a
modalidade fez parte dos Jogos (Atenas-2004 e Pequim-2008), os brasileiros
defendem a invencibilidade e têm em Ricardinho uma das grandes esperanças para
levar o tri.
Ciente de sua responsabilidade, o camisa 10 falou sobre a campanha em
Londres e deixou no ar que problemas de bastidores fazem parte da realidade.
- De fora as pessoas não sabem, mas temos passado por muitas
dificuldades e estamos superando. São coisas que ficam mais na parte interna,
algumas lesões... Posso dizer que o time é realmente de guerreiros e merece
estar onde está. Todos são muito humildes. Não há soberba, arrogância... Admiro
muito meus companheiros.
Melhor jogador do mundo na atualidade, o
baiano Jefinho é outro destaque do Brasil. Contra a Argentina, porém, ele ficou
a maior parte do tempo no banco por sentir dores nas pernas. Nada que vá atrapalhá-lo
na final, garante:
- Estou sentindo dores na perna que estão me incomodando durante todo
campeonato. É uma dificuldade, mas estou fazendo tratamento intensivo para
melhorar. Agora, é a final. Tenho que esquecer isso. Foi um sacrifício chegar, então
tenho que esquecer e dar tudo dentro de quadra.
Brasil e França já se enfrentaram nos Jogos de Londres e ficaram no 0 a
0 em partida válida pela primeira rodada da fase da grupos.
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