Jornalista elogia liderança do goleiro, mas diz que ele prejudicou o clube ao adiar aposentadoria e que presença do jogador impede surgimento de novos ídolos
O São Paulo segue com Milton Cruz como treinador interino e cogita efetivar o auxiliar após ter descartado nomes como Alejandro Sabella e Vanderlei Luxemburgo. Na opinião do jornalista Marcelo Tas, a demora em encontrar um substituto para Muricy Ramalho tem explicação: ele acredita que o poder exercido por Rogério Ceni no elenco afasta os treinadores
- Eu sei por que ele (Milton Cruz) não quer ser técnico: porque o São Paulo já tem um técnico, e o Sabella sabe disso, que é o Rogério Ceni. Nenhum técnico em sã consciência vai pegar um time onde ele não pode mandar. Essa é a minha modesta tese. O Rogério, para mim, prejudicou o São Paulo no momento que poderia ser mais legal da vida dele, que era coroar a carreira brilhante dele no futebol, mas ele ocupou um espaço que prejudicou o São Paulo (...) Para mim, ele causou um eclipse no time do São Paulo ao prorrogar uma carreira que era para ter terminado dois, três anos atrás - afirmou, em participação no "Redação SporTV".
Marcelo Tas explicou a "tese" e disse que o goleiro são-paulino, de 42 anos, impediu que outros ídolos surgissem no Tricolor ao estender a carreira. O jornalista garante que a opinião é compartilhada por muitos torcedores do clube.
- Tem muito são-paulino que ficava irritado quando eu falava isso. Hoje, percebo que são vários que veem que não é uma questão de implicância com o Rogério, mas de ver que ele "eclipsou", como eu falei, o surgimento de muita gente. Deixaram de surgir no São Paulo muitos líderes, centroavantes, atacantes, ídolos... porque o lugar é dele, todo mundo vai com a camisa dele para o estádio. Se ele tivesse tido a grandeza de sair antes, teria colaborado mais com time - considerou.
Rogério Ceni é uma liderança dentro do vestiário do São Paulo
O jornalista lembrou que já foi mal interpretado pela opinião e fez questão de dizer que, embora pense que Ceni já deveria ter encerrado a carreira, respeita o atleta e o que ele fez pelo futebol e pelo São Paulo.
- Respeito o Rogério como goleiro, como atleta, como líder, acho que o erro dele foi o "timing" de passar o bastão. Tem uma hora que tem que passar o bastão e ele não fez isso, não sei porque, talvez por motivo de querer se afirmar mais do que ele se afirmou, mas ele prejudicou o São Paulo, sem dúvida nenhuma - reforçou.
Ceni chegou a anunciar a aposentadoria, mas mudou de ideia no final do ano passado e renovou contrato com o São Paulo até agosto.
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