No dia do goleiro, dia 26 veja quem literalmente defende o Brasil no handebol, hóquei na grama e polo aquático. Rotina é de boladas, sofrimento e comemorações solitárias
Os goleiros quase sempre comemoram sozinhos os gols marcados
A expressão "todo grande time começa com um grande goleiro" não serve apenas para o futebol, encaixa muito bem no polo aquático, handebol e hóquei na grama, esportes que fazem parte do programa olímpico. O goleiro é aquele que não pode falhar. Qualquer erro é fatal, e vira gol do adversário, já que não tem quem possa salvá-lo. E o Brasil se destaca, e muito, nessa posição.
No handebol feminino, por exemplo, Babi foi eleita a melhor goleira do Mundial vencido pela seleção em 2013, na Sérvia. Entre os homens, César Bombom foi essencial na boa campanha que a seleção masculina fez no Mundial deste ano, no Catar.
No hóquei na grama, esporte em que o Brasil ainda engatinha e sequer tem a vaga garantida para os Jogos Olímpicos de 2016, o arqueiro brasileiro é Rodrigo Faustino que em 2008 e 2009 chegou a ser jogador de linha, até se decidir definitivamente pelo gol.
No polo aquático, a equipe masculina é defendida por Vinicius Antonelli, conhecido carinhosamente por Bin Laden, apelido que veio quando ainda era criança, na época dos atentados às torres de Nova York em 2011. Já o time feminino tem como goleira Tess, que abandonou o esporte há três anos, voltou com o sonho de disputar as Olimpíadas, mas ainda divide as atenções com o trabalho no marketing esportivo.
GOLEIRO LINHA?
O hóquei na grama é um dos esportes menos desenvolvidos do Brasil. Tanto que, mesmo sede das próximas Olimpíadas, a seleção masculina ainda não está classificada para os Jogos do Rio de Janeiro. O arqueiro do time é Rodrigo Faustino, que foi jogador de linha até 2009:
- Quando saí da seleção em 2007, fiquei alguns anos jogando na linha. Eu jogava bem também. Eu escolhi ser goleiro ainda quando jogava futsal, quando eu era pequeno, meu treinador me disse que se eu não fosse goleiro, eu teria que ir para o banco. Aí, fui para o gol. No hóquei, o Cláudio, atual treinador, disse que precisava de um goleiro. Nem sabia o que era o hóquei na grama, o Cláudio queria difundir e foi no meu colégio. Tentei ser goleiro e passei no teste - relembrou.
Rodrigo Faustino e todas as proteções que um goleiro precisa usar Rodrigo fala das boladas que já levou na carreira e enumera os equipamentos de proteção que precisa usar:
- Em 2006 cheguei a ter um rompimento parcial do ligamento do joelho por causa de uma bolada. A gente leva bolada direto. Nos equipamentos, tem saqueira (proteção genital), bermuda especial protetora, caneleira grossa e proteção para os pés, tórax, pescoço e braços, além de duas luvas, taco e capacete - disse.
A MELHOR
Babi é a melhor goleira do mundo
Bárbara Arenhart, a Babi, é a melhor goleira de handebol do mundo. Campeã mundial com a seleção em 2013, ela atualmente joga pelo Baia Mare, da Romênia, uma das principais equipes da Europa. No currículo, tem ainda uma medalha de ouro em Jogos Pan-Americanos, conquistada em 2011. Já jogou em times da Espanha, Hungria e Áustria, e defende clubes do Velho Continente desde 2008, quando foi transferida do São Bernardo, time do ABC Paulista, um dos mais tradicionais do país
NADA DE TERRORISMO
Vinicius Antonelli, goleiro de polo aquático
Vinicius Antonelli, o Bin Laden, é o goleiro da seleção brasileira masculina de polo aquático. O apelido, no mínimo diferente, surgiu quando ainda era criança. Hoje, ele é titular da equipe nacional, que disputa nos próximos três meses a final da Liga Mundial, os Jogos Pan-Americanos e o Campeonato Mundial.
- Eu ainda era criança, tinha uns 11 anos, e era na época dos ataques de 11 de setembro (2001). Esses apelidos acabam ficando para o resto da carreira - disse.
MARQUETEIRA? SÓ NA PROFISSÃO
Tess Oliveira- goleira de polo aquático
Tess Oliveira foi goleira da seleção nos Jogos Pan-Americanos de 2003 (reserva) e de 2007 e 2011 (titular). Com dois bronzes no currículo, ela resolveu, aos 24 anos, abandonar o esporte no início de 2012. Voltou dois anos depois, e já assumiu de novo o posto de goleira da seleção, mas ainda precisa dividir o esporte com seu trabalho no marketing esportivo:
- Parei por cansaço, falta de inventivo. Treinava, treinava e não via inventivo algum. Mas voltei por conta do sonho olímpico. Trabalho com marketing esportivo, mas em um ritmo tranquilo. Faço projetos de incentivo em várias modalidades, como a clínica para crianças do Real Madrid, e o Instituto Tiago Camilo de judô - disse a jogadora, que está na Nova Zelândia, onde jogará a partir da próxima terça-feira a Liga Mundial.
O AMOR ESTÁ NO AR
Cesar Bombom e a namorada
Titular da seleção brasileira de handebol, Cesar Bombom mora na Espanha, onde atua pelo Guadalajara, e namora uma ex-jogadora norueguesa, Charlotte Larsen. Destaque do Brasil, ele deve disputar os Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, onde a equipe verde-amarela tentará recuperar o título, perdido há quatro anos para a Argentina. O arqueiro explica da onde surgiu a ideia de jogar no gol:
- Meu pai sempre foi goleiro de futebol, meu irmão também, e eu segui eles. Um dia, esperando o treino de futsal no colégio, um amigo me apresentou o Zuza (treinador de handebol), que me perguntou do que eu jogava. Como não conhecia as posições do handebol, falei goleiro - disse.
Mas, vida de goleiro não é fácil. Bombom relembra as piores boladas:
- Difícil escolher uma bolada, todos no rosto são terríveis. Esse ano, no Mundial, levei uma contra a Espanha que caí e fiquei um pouco sem saber onde estava (risos). A mais assustadora foi na Liga Espanhola, em que a bola abriu meu dedo e levei quatro pontos - disse.
Cesar Bombom foi um dos destaques brasileiros no Mundial do Cata
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