Djalma, o eterno lateral-direito




Perfil do maior lateral da história do futebol


 Djalma Santos durante a Copa do Mundo de 1962

Antes de falar qualquer palavra sobre Djalma Santos, primeiro é preciso lembrar e ressaltar que este senhor de 84 anos é nada mais, nada menos, que o maior lateral-direito da história do futebol.
E para falar de uma figura de tamanha importância, são necessárias palavras de gênios do jornalismo esportivo, como Armando Nogueira, João Saldanha ou Mário Filho. Confesso não as tenho, mas nada me impede de tentar.
Diria Saldanha que Djalma "jogava com música", alcunha que foi dada a Seleção Brasileira, Seleção esta que o lateral-direito serviu como nenhum outro. Foram quatro Copas do Mundo, dois canecos, 111 partidas e 11 gols.
Mas, antes de falar do sucesso, tenho a obrigação de mencionar o menino Dejalma dos Santos, que sonhava em ser piloto de avião. Seu pai se esforçou ao máximo para que ele seguisse a carreira militar - os deuses do futebol agradecem por não ter acontecido -, não deu certo, pois, quando jovem, trabalhando como sapateiro, machucou a mão.
Ainda como sapateiro, se destacou nas peladas e foi fazer testes, foi aprovado no Corinthians e Ypiranga, mas preferiu a Lusa, por poder conciliar com a sapataria. Logo largou os sapatos e se dedicou somente a chuteira.
Estreou na Lusa no dia 16 de agosto de 1948, como centro-médio, na derrota por 3 x 2 para o Santos. Quando Brandãozinho foi contratado da Portuguesa Santista, em 1949, e o lateral-direito Luizinho contundiu-se, Djalma Santos passou a jogar na lateral.
Por conta de seu fôlego, fazia o que nenhum outro lateral fazia à época, atacava e defendia com vigor físico inigualável. A habilidade adquirida nos tempos de meio campista, o diferenciava dos demais em campo. Essas qualidades o levaram rapidamente a Seleção, já em 1952, para o Campeonato Pan-americano de Futebol, onde se sagrou campeão.
Antes de sair da Portuguesa, jogou as Copas do Mundo de 1954 e 1958, nesta, foi eleito o melhor lateral-direito da competição, até aqui entende-se, o surpreendente mesmo, é que a única partida que Djalma jogou como titular foi a final, já que De Sordi, titular da posição, estava contundido.
A sua despedida da Lusa ocorreu na vitória de 6 a 3 sobre o Palmeiras, em 29 de abril de 1959. Vendido para o mesmo Palmeiras, foi fazer parte da Primeira Academia. Deixou uma história composta por 434 partidas e 33 gols e quatro títulos - Torneio Fita Azul em 51 e 53 e o Rio-São Paulo em 52 e 55 - durante os 11 anos de Canindé. Fez história.
No Palmeiras, claro, não poderia ser diferente, continuou sua saga de grandes partidas, já no primeiro ano foi Campeão Paulista. No ano seguinte ganhou o Campeonato Brasileiro (Taça Brasil). Em 1962 foi junto a Seleção buscar o Bi Mundial, desta vez, como titular absoluto e novamente, como melhor da posição.
Mais um ano e Djalma era destaque brasileiro em campos internacionais. Foi o único representante do nosso país a fazer parte de uma Seleção da FIFA para um jogo amistoso diante da Inglaterra em Wembley. No mesmo ano, ganhou outro Paulista com o Palmeiras.
Por falar em Wembley, Djalma também esteve no Mundial de 1966, na Inglaterra, neste, não repetiu o sucesso com a Amarelinha. Mas, foi tricampeão Paulista no Alviverde. Um ano antes, em 65, já havia ganhado mais um Rio-São Paulo.
Em 1967 ganhou a Taça Brasil e o Roberto Gomes Pedrosa, ambos, mais tarde, foram unificados como um dos oito títulos brasileiros do Palmeiras. Já em 1968, aos 38 anos de idade, se preparava para pendurar as chuteiras, quando foi convidado a jogar no Atlético Paranaense.
Saiu do Palmeiras com 498 jogos, 58 gols, o sétimo jogador que mais vestiu a camisa do Verdão. Ídolo absoluto. Em Curitiba, jogou por mais quatro anos, ganhando o Campeonato Paranaense de 1970.
Aliás, Djalma ficou marcado por um lance que vemos até hoje, foi um dos primeiros - senão o primeiro - a fazer com que os arremessos laterais alcançassem as áreas adversárias.
Despediu-se do futebol em 21 de janeiro de 1971, com quase 42 anos, em jogo contra o Grêmio. Teve uma atuação soberba, digna de toda a sua brilhante carreira. Digna de sua grandiosa história.
Depois de jogador, se tornou técnico, com passagem inclusive pelo Atlético, mas deixou o maçante cargo para ensinar crianças de escolinhas públicas de Uberaba o "pouquinho" que sabe sobre futebol.
Seu Djalma atualmente andava doente, esteve internado, o pulmão não era mais o mesmo dos tempos da lateral e ontem à noite, descansou. Desculpa aos leitores se me alonguei, mas falar do eterno dono da lateral-direita é no mínimo, interminável...
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