“Todo fim de semana para mim é um sofrimento, uma tortura. Posso não ser o melhor do mundo, mas também não sou pior. Vejo cada goleiro jogando, e eu aqui.''
Há três anos, a rotina de Rubinho, 33, arqueiro revelado pelo Corinthians e com passagem por todas as seleções brasileiras de base, é treinar, treinar, treinar e esperar por uma oportunidade que nunca chega.
Desde que assinou com a Juventus, em 2012, para se tornar o terceiro goleiro da maior vencedora do futebol italiano, o brasileiro virou praticamente um espectador de luxo do time que defende.
Foram apenas 47 minutos em campo somando as últimas três temporadas: dez na derrota por 3 a 2 para a Sampdoria, em 2013, e mais 37 na vitória por 3 a 0 sobre o Cagliari, em 2014.
As duas partidas não valiam muita coisa. Eram da última rodada de Campeonatos Italianos que já estavam decididos em favor da Juve.
“Faço os aquecimentos, tenho acesso à comissão técnica, escuto e falo as minhas ideias. Só não consigo jogar aqui na Juventus. Mas sei que, em qualquer outro clube da Europa, eu poderia jogar'', afirma Rubinho, que brinca que seu contrato é de “experiência'', renovado anualmente.
Atualmente, ele está atrás do veterano italiano Gianluigi Buffon, 37, e do recém-contratado brasileiro Neto, 26, na disputa pela meta da “Vecchia Signora''.
Mas por que o goleiro insiste em continuar na atual vice campeã europeia se o banco lhe incomoda tanto?
“Tenho dois filhos e uma esposa que estão acostumados a viver aqui. É difícil se mudar quando você tem crianças pequenas. Turim é uma cidade grande, estruturada. Para me tirar daqui, a situação tem que ser muito boa. Prefiro ficar em um lugar onde estou com a 'luz acesa' a viajar no escuro.''
Foi pensando no bem estar de sua família que Rubinho rejeitou as propostas do Sochaux (França) e do Apoel (Chipre) na última janela europeia de transferências, no meio do ano. Antes, o convite que não lhe convenceu foi do Genoa, clube italiano que já havia defendido entre 2006 e 2009.
“Nesse caso, a situação foi diferente. Eu ficaria no banco lá também. Entre ser reserva do Buffon e do Perin [terceiro goleiro da Itália na Copa-2014], melhor ficar onde eu já estava. O Buffon pode me abrir mais portas'', diz o goleiro, que é irmão do ex-volante e hoje comentarista da ESPN, Zé Elias.
Mas Rubinho ainda não desistiu de voltar a ter uma carreira normal. Sem planos para a aposentadoria, continua aguardando uma proposta que lhe agrade e não tenha um impacto tão grande para sua família.
“A cada janela, espero que apareça algo interessante. Estou fisicamente bem e minha cabeça está no lugar. Quero uma oportunidade de voltar a jogar.''
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